Todos nós, nessa existência, temos um corpo. Podemos discutir se o corpo é tudo o que somos, mas essa é uma discussão para outra seara.
O que interessa para nós, aqui, é que impreterivelmente temos um corpo.
1- A DINÂMICA DO DENTRO E FORA NA NEGOCIAÇÃO DA VIDA
Isso significa que o que somos e o que não somos é separado pelas bordas do nosso corpo. O dentro e o fora são instaurados dessa maneira elementar: eu-corpo, outro-fora.
Pode até parecer complicado, mas é muito simples. Isso significa que a vida de todos nós é tomada pela constante negociação entre o dentro e o fora. Entre o que sou eu, e o que vem ao meu encontro.
Essa dinâmica se desdobra em termos físicos (como na regulação da temperatura do nosso corpo, por exemplo) e se traduz em termos emocionais.
2- FLEXIBILIDADE E SAÚDE MENTAL: O NÚCLEO DA EQUAÇÃO
A flexibilidade nessa negociação é precisamente o núcleo daquilo que chamamos de saúde mental.
Vejamos um exemplo:
Artur sempre sonhou em voar. Desde criança, olhava para o céu invejava os pássaros. Se imaginava voando, e sentia que só poderia ser feliz quando realizasse esse sonho.
Contudo, Artur cresceu e, obviamente, não criou asas.
Artur tem duas possibilidades frente a essa frustração:
Ele pode maldizer a existência que não lhe deu asas. Pode sentir uma melancolia profunda toda vez que observar um passarinho.
Dentro dessa opção, apesar de não realizado, o desejo de Artur se mantém intacto: ele está certo, a realidade está errada e é injusta com ele.
Mas Artur pode ainda empinar pipa. Montar um avião de aeromodelismo. Nadar, e imaginar que está voando.
Artur pode flexibilizar o seu desejo e encontrar um meio termo, um acordo entre o que ele quer e o que a realidade proporciona para ele.
3- O EXEMPLO DE ARTUR: NEGOCIANDO DESEJOS E REALIDADE
A partir do exemplo de Artur, podemos entender com clareza que quando tentamos forçar implacavelmente nossos desejos sobre o que está fora de nosso controle (seja a realidade das coisas, o sentimento dos outros, etc), raramente saímos ganhando.
Quando não aceitamos negociar com o que vem de fora, criamos pontos de inflexão que podem ser muito sofridos para nós.
A saúde mental não é resultado da concretização de todos os nossos desejos. Ela surge quando aprendemos a abrir mão de parte deles, para que possamos, ainda que não completamente, satisfazê-los.
Gostou da matéria? Compartilhe e continue acompanhando o nosso blog para ficar por dentro das novidades, e até a próxima!
Deseja saber mais, tirar dúvidas ou agendar sua consulta? Entre em contato nos links abaixo:
Maria Júlia Braz - Psicoterapeuta (11) 99317-7217 | mariajuliabrazcontato@gmail.com
Comments