
“Quando patinamos sobre gelo fino, a segurança está na velocidade”.
Esta frase do escritor Ralph Waldo Emerson é de 1841. Parece, porém, mais do que apropriada aos nossos tempos, quando as queixas de aceleração mental e impossibilidade de descanso, se multiplicam de forma espantosa.
1- A BUSCA PELA IDENTIDADE
Há razões econômicas e sociais para isso, o que não podemos descartar. Há, no entanto, também um motivo psicológico para que tenhamos a sensação constante de que não podemos parar. Esse motivo deriva do fato de que, no geral, não cultivamos uma relação estável com nossa identidade.
O que somos?
Para onde vamos?
Qual é nosso papel nesse mundo?
Por que fazemos o que fazemos?
Essas são perguntas fundamentais que evitamos a todo custo, pois são fonte de angústia e desestabilização. Preenchemos cada segundo do nosso dia com distrações, passatempos, atividades que erijam sentidos temporários e parciais para essas perguntas que, invariavelmente, clamam resposta.
2- O MEDO DO AUTOCONHECIMENTO
Patinamos, assim, sob a instabilidade desse solo existencial irrefletido.
Temos a sensação de que qualquer parada pode levar à quebra, à confrontação com esse abismo de não saber quem somos e porque existimos.
É claro que esse não é o único motivo para a aceleração do nosso cotidiano. Mas tenho certeza que, se pensarmos bem, perceberemos que parte dessa velocidade cada vez mais intensa com que vivemos é auto imputada.
As demandas reais da nossa vida se assomam a um temor existencial.
Não paramos simplesmente porque não podemos, mas também porque sentimos que não podemos parar.
A velocidade está colocada para nos proteger de algo ainda mais ameaçador do que a exaustão.
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Maria Júlia Braz - Psicoterapeuta(11) 99317-7217 | mariajuliabrazcontato@gmail.com
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