
Por que, dadas condições de vida semelhantes, algumas pessoas adoecem mentalmente, e outras não?
1- ENTENDENDO A COMPLEXIDADE DA SAÚDE MENTAL
Aparentemente simples, essa pergunta esconde uma enorme complexidade. Não há para ela uma resposta única, cada abordagem da psicologia vai respondê-la de forma distinta.
Primeiro, podemos argumentar que as circunstâncias nunca são idênticas. Mesmo irmãos gêmeos, criados dentro da mesma família, não podem afirmar terem tido a mesma experiência de vida.
Contudo, o que essa linha de argumentação pressupõe é que a causa geral dos adoecimentos mentais se dá de fora para dentro. Às vezes, pode ser isso mesmo, mas nem sempre é.
2- CIRCUNSTÂNCIAS INDIVIDUAIS ÚNICAS
Será então, que falta algo em quem adoece? Algo que existe nas outras pessoas, e nele não há? Aqui, vou expor minha resposta preferida a essa questão, dada pela filósofa Alice Holzhey-Kunz.
Alice defende que aquele que sofre mentalmente, o faz não por ter menos do que os outros – menos instrumentos para lidar com a vida, menos força, o que seja. Sofre porque tem mais.
Tem um algo a mais, uma percepção involuntária de seu entorno que ela chama de escuta aguçada.
A escuta aguçada é uma sensibilidade que algumas pessoas têm para perceber verdades que outras conseguem esquecer em seu cotidiano.
Por exemplo, aquele dotado da escuta aguçada não consegue esconder que está o tempo todo em contato com o fato de que somos mortais, que a vida parece não fazer sentido, que somos seres vulneráveis etc.
3- PERCEBENDO A REALIDADE PROFUNDA
Alice diz ainda que essa escuta torna o sofredor um filósofo contra sua vontade: ele sofre porque se ocupa desses temas fundamentais do ser humano, e acaba sendo sobrecarregado por eles.
Essa resposta dada por Alice é particularmente interessante porque escapa à visão hegemônica da medicina atual, na qual todo sofrimento psíquico é oriundo de um déficit na constituição do indivíduo.
E você, já parou para pensar se pode estar “escutando demais”?
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