Muitas coisas são e já foram ditas a respeito do papel das redes sociais nas nossas vidas.
Ainda assim, uma fala recente de Aza Raskin, o engenheiro que criou o mecanismo de rolagem infinita que hoje vemos em praticamente todas as redes sociais, se destaca e reforça a necessidade de continuarmos refletindo sobre o assunto.
Raskin pede desculpas profusamente e diz que se arrepende de sua criação. Ele afirma que a rolagem infinita coloca toda a humanidade no maior experimento psicológico já feito, sem nenhum controle. Compara ainda o uso das redes sociais com o uso da cocaína.
Apesar das falas fortes, Raskin não está errado. Nós não precisamos entender precisamente como este mecanismo funciona (mas, se quisermos, há dezenas de estudos nesse sentido), o que é importante é que saibamos, sem sombra de dúvidas, que as redes sociais alteram o funcionamento do nosso cérebro.
1. O IMPACTO DAS REDES SOCIAIS NO CÉREBRO
Uma analogia usada em alguns estudos para descrever o que acontece com nosso cérebro quando usamos as redes sociais, é que passamos a nos comportar como viciados em apostas.
Esse vício promovido pelas plataformas pode se manifestar de diversas formas: alterando nosso padrão de sono, diminuindo nossa resiliência frente à frustração, tirando o prazer de outras atividades etc.
Mas, mesmo sabendo de tudo isso, é difícil para nós desistirmos delas por completo.
2. O USO COMPULSIVO DAS REDES SOCIAIS
Quase todas as pessoas que conhecemos estão aqui. O uso compulsivo das redes sociais é um problema que todos nós, em maior ou menor grau, temos em mãos.
Parte da saída deste problema complexo é entendermos que continuamos retornando às redes sociais de maneira compulsiva pois nunca encontramos nelas aquilo que procuramos.
Se abrimos um aplicativo porque estamos ansiosos, sairemos dele ainda mais angustiados diante de todo conteúdo infinito que é exibido.
Se entramos no perfil de outras pessoas porque estamos nos sentindo inseguros, ficaremos ainda mais, comparando nossa vida real à versão editada da vida dos outros.
Se nos sentimos isolados e procuramos conexão, nos depararemos com um vazio muito mais profundo quando nos dermos conta da fragilidade dos vínculos virtuais.
3. A BUSCA INCESSANTE NAS REDES SOCIAIS
No geral, nós sequer sabemos o que procuramos ao utilizar as redes sociais. Como elas estão postas no nosso cotidiano como uma espécie de coringa, um hábito ao qual recorremos ao menor sinal de tédio ou desconforto, nunca pensamos nelas mais demoradamente.
Esperamos simplesmente que elas satisfaçam 'não sei o quê', 'não sei como'.
Nós podemos, alternativamente, tentar exercitar algo da nossa intencionalidade ao engajarmos com as redes sociais, já que seu uso impensado e automático tende a ser tão sedutor.
Parece simples, mas mesmo essa pequena mudança de postura pode ser difícil de implementar. Nossos hábitos digitais estão tão arraigados no nosso cotidiano, que qualquer alteração na nossa relação com eles parece gigante.
Por isso, por enquanto está de bom tamanho que possamos simplesmente refletir acerca do uso e lugar que as redes sociais ocupam nas nossas vidas.
Afinal nunca sabemos o rumo que nossas reflexões, mesmo que aparentemente singelas, podem tomar.
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